segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sobre recalque e parlapatices


O senador Pedro Simon (PMDB) atribui ao presidente Lula (PT) a crise do senado. A culpa sendo do Sarney (PMDB), é de Lula também, segundo sua analogia. O PT possuía candidato próprio à presidência do senado. O PMDB também. Lula, que não é senador, não vota. Mas mesmo que pudesse votar, não haveria votado em Sarney. Haveria votado em Tião Viana, o candidato do PT, partido do presidente. Simon, que é senador, podia votar. E votou. Votou em Sarney para presidente do senado. Agora, Simon vai à imprensa e brada com toda a força de sua ética, ou pelo menos de sua retórica, que a culpa pela crise do senado é de Lula. E ainda manda o presidente da república calar a boca. Claro que o presidente não obedecerá. Até porque, fora do RS, Simon é ridicularizado pelos outros senadores. Ao tentar impor sua fala sempre pautando a ética, deixa o rabo de fora e serve de chacota aos atores políticos do planalto. Apenas no RS cola sua retórica gasta contra a corrupção.
Simon sofre de alto grau de recalque. Sua construção depende de inúmeras desconstruções. E é por esta via que ele vai. Tenta desconstruir Lula e o PT, ao invés de mostrar seu trabalho, ou começar seu trabalho. Lula é tudo que Simon queria ser. Popular, querido pelo povo e, presidente do Brasil. A dor de cotovelo aguda de Simon. Simon, ao mandar que Lula cale a boca, tremenda grosseria, diga-se de passagem, não explicita realmente sua vontade. Simon não quer que Lula apenas cale a boca. Simon quer que Lula fique mudo de vez. Só assim para impedir o avanço da popularidade do presidente.
O parlapatão, como Simon é conhecido pelos corredores do senado, não poderia deixar de justificar sua alcunha. Vai à imprensa e manda o presidente Lula calar a boca. Lula nem vai dormir esta noite... Simon disse que a culpa da crise é sua e o mandou calar a boca. E a culpa da crise no RS é do PT porque não "deixa" a governadora(?) trabalhar. Aliado à Yeda no RS, Simon mostra qual é realmente a ética que o pauta. A sua ética, que é a lei do individualismo e do benefício próprio. Por que Simon não combate a corrupção no RS? Por que Simon não assume a culpa de seu partido, o PMDB, de ter eleito Sarney? Por que Simon não pede a expulsão de Sarney do PMDB, já que julga o mesmo corrupto? Por que tenta enganar a opinião pública, colocando a culpa no PT de um assunto interno de seu partido? Por que ele não apresenta o trabalho de seus mandatos para o povo gaúcho?
Apenas discursos de Simon. Discursos vazios. Há muitos anos, há muitos mandatos. E o povo do RS bate palma, ou pelo menos reelege. 2010 será um ano importante no cenário político brasileiro. Mesmo mergulhado em corrupção, o RS reelegerá Simon? O mesmo Simon que diz uma coisa e faz outra? O mesmo Simon que esconde a corrupção no RS pra baixo do tapete? O mesmo Simon que se cala quando perguntado sobre assuntos que o coloquem em contradição? O mesmo Simon que não respondeu quando um gaiato lhe perguntou: Conhece a Por do Sol?

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Vassouras sim, livros não; No RS é assim, viva a enturmação!


Após retardar o reinício das atividades escolares no RS por causa do medo da gripe A, a secretária de educação, Mariza Abreu, questionada sobre os perigos da gripe na volta às aulas, afirmou que não haverá aditivos no orçamento das escolas. Ou seja, para a compra do álcool em gel, as escolas terão que apertar o cinto no seu orçamento ou simplesmente não comprá-lo. Deve-se imginar que o orçamento das escolas não devem ser tão amplos assim, já que o governo(?) juntou turmas, fechou escolas, fez e aconteceu com o programa de investimento zero na educação.
Porém, nossa(?) secretária tem a solução para a gripe A. Além de ressaltar que água e sabão são suficientes para a higiene, a comandante sentencia para a RBS: "Se for do entendimento e da necessidade comprar álcool gel, as escolas devem se comportar como fazemos nas nossas famílias — quando a gente precisa fazer uma despesa diferente, a gente tem que reorganizar as despesas com os recursos que temos." Por que retardar o início das aulas então? É só higienizar com água e sabão.
Além disso, ela afirma que, de acordo com relatos em reuniões com diretores, algumas comunidades estavam se organizando para a aquisição de álcool gel. Ah bom, então não é papel do Estado e sim das comunidades comprar utensílios para as escolas.
Mas a pérola, fica para o gran finale. A solução para nossa educação. Mariza Abreu acredita que os estudantes precisam ter uma mudança de hábitos e mencionou que, "em outros países, os alunos ajudam na limpeza das salas de aula". Economizar em faxineiros(as), passando a tarefa aos(às) estudantes. Quem sabe com essa economia dê para comprar o álcool em gel.
Sem comentários...

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Agora Yeda tem razão


No Painel, da Folha de São Paulo de hoje, há uma reportagem com Yeda Crusius (PSDB) onde a governadora do RS avisa e sentencia, provavelmente com o dedo em riste: "Não vou cair sozinha". "Se existem irregularidades, começaram no governo do PMDB. As pessoas vão saber." Exatamente isto que os estudantes que fazem protesto desde 2008 na frente do Palácio Piratini reivindicavam. E as pessoas tem que saber. Yeda tem razão.
Pelo menos, na sua fala já está incorporada a certeza de que ela cairá. Pois quem diz "não vou cair sozinha", é porque sabe que vai cair.
A não ser que o PMDB sinta o bafo na nuca e junte alguns deputados influentes, a mídia parceira, um parlapatão e um punhado de "pouca (nenhuma) vergonha" e trave o processo. Seja o freio de mão da CPI. O que é beeeeem provável.

E por falar em circo político...


Após a informação da investigação do MPF sobre Yeda Crusius (PSDB), Carlos Crusius(PSDB), o deputado federal José Otávio Germano(PP), os deputados estaduais Luiz Fernando Záchia (PMDB) e Frederico Antunes (PP), o ex-secretário Delson Martini(PSDB), a assessora da governadora Walna Vilarins Meneses(PSDB), o vice-presidente do Banrisul, Rubens Bordini, e o presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE), João Luiz Vargas, a desgovernada governadora peremptóriamente classificou a ação, com toda a arrogância e impáfia que lhe são naturais, como circo político. Ela acredita em um complô do Ministro Tarso Genro(PT), o vice-governador Paulo Feijó(DEMO), o PSOL, a RBS(pasmen!) e toda sombra que rondar o Piratini.
Mas devaneios a parte, circo mesmo foi o que aconteceu na TVE (TV estatal do RS) neste último domingo, dia 09 de agosto. No dia dos pais, um presentão para a "Mamãe que não proteje mais". Entevistada(?) no programa Frente a Frente pelos imparciais jornalistas Políbio Braga, Rogério Mendelski, Hélio Gama e o apresentador Ricardo Azeredo, Yeda falou de sua maravilhosa gestão, da perseguição da mídia, do totalitarismo, dos partidos que querem ver o Rio Grande na lama, dos torturadores de crianças. Só não falou das escolas de lata, da perseguição ao MST, do fato dela ser contrária ao piso nacional dos professores, da corrupção no seu governo, do DETRAN, da compra da casa, das gravações.
Realmente, mostrou o que é um circo. E com teatro de fantoches e tudo.
Por trás das notícias, uso da TV estatal, jornalistas-fantoches (com diploma e tudo) fazendo as perguntas que ela queria responder e muita falácia para os/as telespectadores(as). Enfim, propaganda de graça na TVE.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

V. Exª conhece a Por do Sol?


No bate-boca do PMDB, ontem, no senado, uma pergunta do senador Renan Calheiros (PMDB) ao senador Pedro Simon (PMDB) ficou sem resposta: V. Exª conhece a Por do Sol?
Quem assistiu o Jornal da Globo não pode ver o questionamento, pois esta parte ficou fora da edição, mas lendo o bate-boca na íntegra, percebe-se que, várias vezes, Renan insistentemente pergunta a Simon: V. Exª conhece a Por do Sol? Em vão, pois a resposta não é dada.
E você, conhece a Por do Sol?

Tamofú



A gripe A (H1N1), vulga gripe suína, é sensação jornalística onde passa. Suposições de contágios, prevenções, alimentações preventivas e, claro, medicamentos, fazem parte das conversas entre vizinhos, nos botequins e nas famílias brasileiras. Coma cenoura, “afaste-se dos porquinhos” (como recomendou o governador de São Paulo, José Serra (PSDB)), use a máscara, não cumprimente as pessoas, não coloque a mão na boca, etc. Mas o pulo do gato está no mais novo bastião da cura, da famigerada indústria farmacêutica. Mal a plebe ignara contagia-se com o ligeirinho e astuto vírus, a expert indústria farmacêutica possui o elixir da cura do mal suíno. O mais novo famoso medicamento é o Tamiflu. Utilizado para casos de Influenza A, o medicamento está na mídia, nos telejornais e na cabeça do povão. Porém, não está a venda. O laboratório responsável fez a venda junto ao governo, que proverá o medicamento quando necessário. Isto até surgir o mercado paralelo de Tamiflu, o que, se até o momento da postagem já não existe, não demorará em acontecer. Ou até mesmo o comércio legal do Tamiflu, dando um viva ao livre mercado, por que não?
Mas o que não é novidade, é uma doença da moda assombrando o planeta, mortes em vários continentes e um único remédio salvador de um único laboratório fazendo refém governos e população. Este problema (não o vírus, a indústria farmacêutica) resulta em uma máfia da produção privada de saúde, da clientelização da saúde e da própria “fabricação de doenças” para uma posterior cura de um remédio salvador.
O caso da Influenza A é o genuíno caso de, ou o governo paga os milhões à empresa que fabrica os remédios e distribui à população nos casos necessários, ou mantém a estrutura privatizada da saúde e elitiza a cura, provocando inclusive mais e mais casos de automedicação, fruto desta privatização, fruto do tratamento da saúde enquanto mercadoria, fruto das propagandas de remédios na televisão, como se fossem refrigerantes, um absurdo.
Por trás das notícias, tamofú.