sábado, 28 de agosto de 2010

Humor com fantoches

Outro bate-estaca da Globo na última semana foi a passeata dos humoristas pela revogação da lei que proíbe humor utilizando a imagem dos políticos a três meses da eleição.
Primeiro: a lei é de 1997, com algumas emendas e retoques nos anos seguintes. Foi aprovada no congresso pelos parlamentares.
Tanto na passeata, quanto nos noticiários, o que se viu foi uma batalha triunfante pela liberdade de expressão em nosso país cerceada pelo governo federal.
Por burrice ou má-fé, os fantoches, quer dizer, os humoristas omitiram tal detalhe. E por pura má-fé, só pode ser, os telejornais da Globo omitiram também. Quem assiste aos telejornais, tanto da Globo, quanto da Band, ouve todo dia o socorro pela liberdade de imprensa. Porém no mesmo telejornal, assiste às mais duras críticas ao governo, à candidata do governo, ao partido do governo.
Bradam contra a censura, pela liberdade de expressão, trabalhando em veículos que, em décadas passadas, foram os vetores da ditadura, da censura, da perseguição, da sustentação ao golpe. Nunca tiveram tanta liberdade para falar o que quiserem. Para satirizar o que quiserem. E é aí que devem ser revistas as leis. Liberdade, quando misturada com mau-caratismo, deve sofrer sanções.
A Globo partidariza suas opiniões, a Veja (Não leia a Veja!) publica inverdades, notícias pela metade, faz campanha, propagandeia, saem como defensoras do povo e imparciais. Então que assumam seu caráter político e parcial.
Para que(m) serve o humor aos candidatos, se não temos parcialidade nem nos noticiários? Para o Marcelo Madureira, do Casseta e Planeta, que é abertamente apoiador do Serra? Para ter mais uma vertente de ataques à A ou B, já que o pedante telejornal não atinge a todos?
Humor é ótimo, essencial, inclusive, o humor (inteligente) serve até para aprofundar os conhecimentos políticos da população. Serve até para politizar. Mas humor, não propaganda!

A Globo, a Receita e o segundo turno

É interessante ver como os telejornais da Globo, desde o que começa mais cedo, até o que termina já na madrugada, abordam e “reabordam” a suposta pesquisa feita pela Receita Federal em dados de tucanos. Uma notícia de outubro de 2009 que, como mágica, torna-se pauta principal em plena campanha eleitoral, no momento crucial em que Dilma chega nas pesquisas, pela primeira vez, a vitória no primeiro turno.
E já duram dias a cobertura feita pela emissora. E todo o dia, em vários horários, o presidente do PSDB, o senador Sérgio Guerra, vocifera em rede nacional como o PT usa a máquina, usurpa a república, etc. Isso tudo sem prova alguma, diga-se de passagem. E a Globo mostra Dilma, que tem que responder sobre uma suposta pesquisa, de 2009, da Receita Federal, sem nada apurado ainda, apenas pela vontade investigativa (?) da Rede Globo.
E quando a Receita Federal apura o acontecido e dá sua versão, de que existe uma quadrilha especializada em roubar dados de contribuintes, o Willian Waack enlouquece, diz que a resposta da Receita revolta, faz cara de brabo e chama o Heraldo Pereira. O PSDB, o Sérgio Guerra, a sociedade, o telespectador, a vó do Badanha, até o Willian Waack, todos tem o direito de acreditar ou não na versão da Receita, tem o direito de desconfiar ou não da versão, das intenções do PT, de Dilma. Agora, uma emissora de TV, que vive dizendo-se imparcial, não satisfeita em entoar como mantra uma notícia durante dias, colocando a notícia de forma vaga, deixando sempre coisas “no ar”, tomar para si o sentimento de indignação, querendo demonstrar ao telespectador que a verdade está com Sérgio Guerra...
Por trás das noticias, a velha mídia tentando levar a eleição para o segundo turno.