sábado, 9 de outubro de 2010

Com medo de ser atropelado não se atravessa a rua

Muito falou-se, principalmente na internet, sobre a suposta bala de prata da direita nesta eleição. Especulou-se que viria da Veja, na última hora, em que não se teria mais o horário eleitoral, sem tempo para responder, que viria da Folha de São Paulo, sobre igreja, sobre evangélicos, sobre as FARC, etc.
Durante semanas do primeiro turno este foi o assunto mais instigante e inquietante. A agonia se prolongava a cada capa da Veja, a cada edição do Jornal Nacional... Todos esperávamos ela com aflição. Todos! Até que surge a pauta do aborto ao final do primeiro turno. Com a ida da eleição para o segundo turno, já que os votos migraram para Marina(PV), evangélica, nove entre dez acusam a pauta do aborto como a “bala de prata” deste primeiro turno.
Mas aí é que está. Não teve bala de prata no primeiro turno. O que tivemos foi mais do mesmo. Ataques, ataques, ataques. Contra corrupção, o totalitarismo, o comunismo, o ateísmo... Nada de novo. Nada que o PT já não conheça. Nada que o Brasil já não conheça. A eleição só foi para o segundo turno porque o PT, com medo da tal bala de prata, não pôs a cara pra fora com medo de tomar um tiro. Assim, limitou sua candidata no discurso. Deixou o PIG pautar as respostas de Dilma, que só aparece na defensiva, respondendo acusações, enquanto Serra “nada de braçada”, como se diz por aqui.
A esquerda (e a direita também, é claro) está procurando agora a bala de prata do segundo turno. E ela pode vir. Mas também, como no primeiro turno, a direita pode não ter essa bala de prata. E não cabe ao PT ficar na defensiva, se escondendo da bala. O PT tem que se mostrar, mostrar seu governo, mostrar sua candidata. Fazer a comparação que realmente interessa, que é a dos governos tucanos e petistas. Falar das privatizações. Ir para cima! Até porque a bala de prata, que serve para matar monstros, lobisomens e vampiros, quem deve temer são eles.
À candidata do governo cabe sair de peito aberto na campanha midiática, pra cima, incisiva, que é o jeito que já deu pra perceber que ela é boa (o Agripino sabe disso). Ou então a esquerda vai ficar procurando buraco de bala em defunto que foi envenenado.

Um comentário:

Bartz disse...

Olá Rafael. Concordo contigo. Não adianta ficar na repressiva. O PT e a Dilma, a partir de agora, devem se afastar dos marqueteiros. A Dilma precisa ser mais ativa, impulsiva, no processo eleitoral do 2 Turno. Precisamos disso, senão depois vamos chorar juntos "o leite derramado". Estou cansado de ouvir os ataques dos tucanos...e da defensiva. Cada dia eles lançam uma nova notícia, que a campanha petista amplamente divulgada pelos grupos que controlam os meios de comunicação. Depois que a lama é jogada no ventilador, não dá mais para catá-la. Não sei a alternativa para resolver isso. Tambem acredito que não dá para descer ao mesmo nível. Porém a candidatura tenta discutir política mas não consegue. A briga é dura companheiro.