quinta-feira, 25 de junho de 2009

Crise no senado, em 1986



Para começar, façamos uma breve viajem ao passado.

Em matéria da revista Veja, em 1986 (clique e leia), anunciava-se uma crise no senado brasileiro. Descobriam-se nomeações para o quadro de funcionários do senado sem a prestação de concurso público. Uma das pessoas beneficiadas, quer dizer, nomeadas, era Roseana Sarney, filha do então presidente José Sarney. Ela havia sido nomeada em janeiro de 1985, quando Sarney pai ainda era candidato a vice presidente.
Frisam-se quatro aspectos revoltantes e repugnantes: o primeiro, é óbvio, a nomeação para o quadro de funcionários permanentes sem prestação de concurso público. O segundo trata-se do modus operanti. Tudo feito sorrateiramente. Sem publicação no diário oficial, como determina e determinava à época a lei. O terceiro, talvez o mais revoltante e repugnante, é a maneira como os senadores entrevistados tratam do assunto. Trata-se de uma naturalidade, para eles. Uma prática comum e incrustrada no senado. Incrustrada assim como os afilhados políticos destes senadores e seus partidos no poder. O quarto aspecto é para abrir os olhos. Alguns nomes ali citados ainda atuam na política, e o que é pior, em cargos eletivos e representativos, como Sarney, Roseana e o governador do Rio Grande do Norte citado, que teve um primo nomeado. O hoje nobre senador José Agripino Maia(DEM). Hoje tão voraz em seus discursos pregando a ética. Só nos discursos pelo visto.
É, por trás da notícia pegamos um falastrão midiático moderno com um passado revelador e uma tropa de Sarneys, o que já nem é novidade.
1986. Atual, não?

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