sábado, 4 de dezembro de 2010

O viralatismo vassalo oportunista

Na última semana foi atribuída uma fala ao presidente Lula com o teor de que, Dilma Rousseff, como nova presidenta, teria a necessidade de comprar um novo avião presidencial, mais potente e com mais tecnologia. Para quem não lembra, Lula sofreu ataques constantes e diários quando trocou um avião presidencial que, além de inseguro, não era permitido pousar em diversos países, de tão obsoleto que era, por um mais moderno e, evidentemente, caro.

Claro que, com a fala de Lula, despencaram oportunistas e fornecedores de opinião mais que “chuchu na cerca”, como se diz. E dos dois lados. Tanto na defesa da compra, quanto no ataque automático e sistemático e cotidiano de tudo o que provém do planalto. Não pretendemos aqui, tecer arcabouços linguísticos, tampouco armadilhas ideológicas, utilizando o tema sem o devido conhecimento, sem o devido preparo e sem as devidas informações sobre as vantagens e desvantagens da compra, da necessidade ou não da mesma e do benefício ou não do investimento, sob pena de cair no oportunismo e utilitarismo de qualquer coisa como pauta.

Porém, o que nos instigamos a observar, com nossas limitações, e àquilo que nos propomos, analisar a mídia, é que trazemos a tona, do chorume, a mais submersa forma de jornalismo e de conduta profissional. Sem pauta, ou sem ideia e sem formulação necessária para as pautas colocadas, Rosane de Oliveira, colunista da RBS, discorre sobre a compra (como se já confirmada) do buliçoso aeroplano. O oportunismo fala por si só, já que sem dado algum sobre coisa alguma, sem informações sobre o atual avião nem sobre o possível novo avião, crava a opinião contrária à compra, veementemente. Utiliza a necessidade de investimentos em saúde e a possível volta da CPMF como sólido argumento para a desistência da possível compra.

Até aí nada de novo no front, já que o oportunismo servil ao status quo e ao baronato permeiam a atividade jornalística no mundo sirotiskiano, dos dois lados do Mampituba. Mas não bastando a frouxa raiz da argumentação, a colunista apela para a cereja do bolo argumentativa, a perninha do R do elaborado artigo, este digno apenas de ser colocado sobre o piso, a fim de coletar as necessidades caninas do mascote do assinante do diário ZH. Rosane crê que não é necessário um avião potente nem tecnologicamente avançado “para um presidente de qualquer país latino-americano”. Não fica nem vermelha ao descarregar este adubo vassalo para florear o sentimento menor, de segunda linha, de sub-cidadão, como se, parada no século XX, o Brasil fosse um país coadjuvante no cenário mundial. Afinal, para que um país latino-americano necessita de tamanho alcance se as decisões devem ser tomadas pelos iluminados? O que o latino, que com certeza possui menos neorônios e menor Q.I. do que os bem nascidos do resto do mundo (menos África, claro), pode desejar além de uma boa relação com os EUA, fiador do planeta?

Aviões potentes, alta tecnologia, conforto e eficiência não são para os latinos. Povo de segunda classe, terceiro-mundista, que não está sabendo o seu lugar. O que for bom, positivo, evolutivo, não deve servir aos latino-americanos.

Devem ter tido a mesma ideia também com alguns colunistas de jornal, mandando pra cá essas pérolas.

Por trás das notícias, viralatismo vassalo oportunista.

Um comentário:

estoriasdovacaria disse...

Pimba, tarratatatá!

Muito bom Pazinato...sempre usando muito bem esse espaço para dizer a verdade que há por trás das notícias!