terça-feira, 16 de novembro de 2010

O momento histórico agora é outro, Tarso

Tarso Genro (PT) é, sem dúvida nenhuma, uma das figuras de maior expressão da política nacional. Tanto pelas passagens exitosas pelos espaços que ocupou e cargos que exerceu, quanto pelo reconhecimento acadêmico que possui. Tarso é um homem da política. A grande marca negativa de sua história foi ter disputado prévias com Olívio Dutra em 2002.

Este peso que Tarso possui, intensifica-se neste momento em que conquista o cargo de Governador do Estado do Rio Grande do Sul. E Tarso quer, com certeza, potencializar sua influencia política e o reconhecimento de seu nome fazendo um ótimo trabalho enquanto governador.

Apenas uma vez o PT governou o RS, com Olívio Dutra. O presidente do Brasil era FHC. Este via o RS como inimigo, resistência. Estadualmente era um governo com certo apoio popular, mas desprovido de composições de ocasião que dessem sustentabilidade ao governo.

Porém, o maior rival do único governo de esquerda da história do Rio Grande, não era algum tradicional adversário do campo de siglas de centro-direita e direita. O grande adversário de Olívio, o perseguidor implacável, foi a RBS. A emissora e suas marionetes diariamente "fizeram das tripas coração" para desgastar o governo. E de certa maneira conseguiram. Desgastaram. E muito.

Deste governo, é certo que o PT, e não só o PT, tirou vários ensinamentos. Tanto das conquistas, dos avanços, que não foram poucos, como dos estremecimentos e da guerra midiática instalada no pago.

Porém, de 2002 pra cá, muita coisa mudou. Nesta lacuna temporal, existiu um governo Lula e a eleição de Dilma, que sofreu ataque de toda sujeira inimaginável que a direita e a mídia (olha ela aí de novo) poderíam e não poderíam se utilizar. 

Apesar da política hoje exigir de um governo mais composição, coalizão e a tal governabilidade, fazendo "vistas grossas" para aliados-adversários-de-outrora, temos a Rede Globo perdendo o poderio que tinha a 8 anos atrás. O momento histórico agora é outro. A credibilidade das notícias está abalada. A unilateralidade das informações sendo questionada. A acessibilidade digital expandindo-se.

Aqui no RS, apesar da correlação ser mais forte em favor da RBS, Tarso deve lutar para se libertar do grupo midiático dos Sirotski. Tratando-o a pão-de-ló, conseguirá tão somente realizar um desserviço a classe trabalhadora gaúcha. Dando exclusividade para a globinho dos pampas, conseguirá tão somente, fortalecer a fortaleza da direita no RS.

Tarso, com o PT, os aliados históricos, os movimentos sociais, com a classe trabalhadora, com Dilma como presidenta, certamente fará um ótimo governo no RS. Não precisará utilizar-se da retaguarda preconceituosa e atrasada da RBS. Até porque essa retaguarda quer é dar um chute na bunda do PT. O governo Tarso tem condições de iniciar sem esta "parceria" de última-primeira hora. Não necessita da RBS como linha auxiliar do governo. E antes que algum moderado brade sua retórica anti-vanguarda, pondere-se que , com estes argumentos não se está dizendo que rompa contato com a RBS como fez Olívio, nem que os tenha como inimigos declarados. Apenas que não se adoce o bico que é deveras utilizado para vomitar fascismos.

O momento pode não ser o de enfrentar, como bravamente fez Olívio. Mas também não é o de amamentar.

2 comentários:

estoriasdovacaria disse...

baita texto, seu Pazinato 4! manda um abraço para a Dona Janice e para o Pazinato 5.

Por trás das notícias disse...

Gracias, camarada Stoikovich!